Revista da Dança maio de 2012
23/12/2013 10:37
Quem não é do meio talvez não saiba que o sapateado evoluiu da época dos musicais de Hollywood dos anos 1920 aos anos 1960. Hoje, entre os destaques, estão nomes como Jason Samuels Smith, Savion Glover, Chloe Arnold, Michelle Dorrance, Dormeshia Sumbry Edwards, Star Dixon, Jumaane Taylor, Bril Barret, com seus movimentos ousados, cheios de swing. O sapateado cresceu, popularizou-se. “Hoje, há diversos festivais pelo mundo, com destaque para a Alemanha e a Suíça. No Canadá e Japão, o movimento é grande. Mas o grande pólo ainda é os Estados Unidos. Festivais como Tap City (NY), DC Tap Festival em Washington, St. Louis Tap Festival, Chicago Tap Festival, LA Tap Festival, são os grandes destaques por lá”, diz a bailarina Christiane Matallo. “As crianças, hoje em dia, parecem que já nasceram sabendo sapatear. Muitas fazem passos e dançam como adultos do ponto de vista técnico e de limpeza de pés e sons.”
A sapateadora Juliana Garcia compartilha da opinião de Christiane sobre a importância dos americanos nesta dança, que faz parte da cultura popular do país. “Por terem muitos adeptos há um calendário descentralizado, com apresentações, espetáculos, encontros, trocas e intercâmbio entre grandes sapateadores, durante todo o ano”.
Para Steven Harper, sapateador americano residente no Brasil, a cena em Barcelona também merece reconhecimento. “É muito criativa. Um dos destaques locais é Guilherme Alonso.”
No Brasil, a arte do sapateado vem sendo difundida cada vez mais. A demanda por aulas tem crescido.
RITMO EM EVOLUÇÃO
Por Alexandre Staut
Não há quem não conheça duas virtuoses do sapateado, Fred Astaire e Gene Kelly, que popularizaram esta dança, esbanjando charme em dezenas de filmes. Não tão divulgada como as cenas de Dancing Lady(1933), primeiro filme de Astaire, e Cantando na Chuva (1952), com coreografia de Kelly, é a história desta arte, surgida, como diz a história, de um híbrido entre ritmos folclóricos irlandesas, do Século 5, misturados a passos dos escravos africanos, com toda sua sofisticação de movimentos de pés e pernas. Hoje, dia em que se comemora o Dia Internacional do Sapateado, data de aniversário de Bill Bojangle Robinson (1878-1949) - um dos precursores desta dança – aRevista de Dança traz um especial com ensaio de Rosane Pavam sobre a arte de sapatear (vejaaqui), além de convidar artistas brasileiros para dividirem com os leitores suas impressões sobre a cena atual.Quem não é do meio talvez não saiba que o sapateado evoluiu da época dos musicais de Hollywood dos anos 1920 aos anos 1960. Hoje, entre os destaques, estão nomes como Jason Samuels Smith, Savion Glover, Chloe Arnold, Michelle Dorrance, Dormeshia Sumbry Edwards, Star Dixon, Jumaane Taylor, Bril Barret, com seus movimentos ousados, cheios de swing. O sapateado cresceu, popularizou-se. “Hoje, há diversos festivais pelo mundo, com destaque para a Alemanha e a Suíça. No Canadá e Japão, o movimento é grande. Mas o grande pólo ainda é os Estados Unidos. Festivais como Tap City (NY), DC Tap Festival em Washington, St. Louis Tap Festival, Chicago Tap Festival, LA Tap Festival, são os grandes destaques por lá”, diz a bailarina Christiane Matallo. “As crianças, hoje em dia, parecem que já nasceram sabendo sapatear. Muitas fazem passos e dançam como adultos do ponto de vista técnico e de limpeza de pés e sons.”
A sapateadora Juliana Garcia compartilha da opinião de Christiane sobre a importância dos americanos nesta dança, que faz parte da cultura popular do país. “Por terem muitos adeptos há um calendário descentralizado, com apresentações, espetáculos, encontros, trocas e intercâmbio entre grandes sapateadores, durante todo o ano”.
Para Steven Harper, sapateador americano residente no Brasil, a cena em Barcelona também merece reconhecimento. “É muito criativa. Um dos destaques locais é Guilherme Alonso.”
No Brasil, a arte do sapateado vem sendo difundida cada vez mais. A demanda por aulas tem crescido.
Aqui, os profissionais incorporam ritmos locais, como o samba, a bossa nova, o xaxado, com ginga própria do caldeirão cultural que forma o País.
Kika Sampaio, bailarina, professora e consultora, daRevista de Dança, diz que nos últimos trinta anos muita coisa mudou. “Atualmente, tudo se permite. Existem pensamentos diferentes sobre a arte e isso é muito bom”, diz. O bailarino Leonardo Sandoval concorda. “O jeitinho brasileiro vem diferenciando o estilo do sapateado brasileiro do americano. Nossos ritmos, nossas cores e nossas danças agregam uma levada carismática e divertida ao tap”.
Christiane Matallo diz que sentiu a evolução de quando iniciou seus estudos até agora. “Nos anos 1970, tudo era muito caseiro. As pessoas eram autodidatas no Brasil. Foi na década de 1990, que houve uma explosão por conta dos profissionais estrangeiros que vieram para cá”. Ela diz que nossa diversidade cultural
Kika Sampaio, bailarina, professora e consultora, daRevista de Dança, diz que nos últimos trinta anos muita coisa mudou. “Atualmente, tudo se permite. Existem pensamentos diferentes sobre a arte e isso é muito bom”, diz. O bailarino Leonardo Sandoval concorda. “O jeitinho brasileiro vem diferenciando o estilo do sapateado brasileiro do americano. Nossos ritmos, nossas cores e nossas danças agregam uma levada carismática e divertida ao tap”.
Christiane Matallo diz que sentiu a evolução de quando iniciou seus estudos até agora. “Nos anos 1970, tudo era muito caseiro. As pessoas eram autodidatas no Brasil. Foi na década de 1990, que houve uma explosão por conta dos profissionais estrangeiros que vieram para cá”. Ela diz que nossa diversidade cultural
acabou resultando numa forma de sapatear única. “O sapateador brasileiro tem malemolência, soltura nos quadris e malícia. Por vivermos num país tropical algumas questões ajudam no desempenho técnico do sapateado. Quando vemos um sapateador brasileiro em cena é poético. Ele não só quebra o chão como encanta com seu estilo”, diz a bailarina.
Nos dias atuais, o que vemos no Brasil é um número grande de sapateadores em busca do próprio estilo, tanto rítmico quanto corporal. Como diz Renata Defina, “há alguns anos, os bailarinos brasileiros imitavam o estilo dos americanos. Hoje, todavia, nosso sapateado está maduro, tem maior repertório, a ponto de ousar mais e mostrar uma linguagem própria.” Ela observa que muitos sapateadores brasileiros têm estudado música, principalmente a percussão, o que é fundamental para esta arte, já que o sapateado é música e dança ao mesmo tempo.
Nos dias atuais, o que vemos no Brasil é um número grande de sapateadores em busca do próprio estilo, tanto rítmico quanto corporal. Como diz Renata Defina, “há alguns anos, os bailarinos brasileiros imitavam o estilo dos americanos. Hoje, todavia, nosso sapateado está maduro, tem maior repertório, a ponto de ousar mais e mostrar uma linguagem própria.” Ela observa que muitos sapateadores brasileiros têm estudado música, principalmente a percussão, o que é fundamental para esta arte, já que o sapateado é música e dança ao mesmo tempo.
VEJA A SEGUIR AS CONSIDERAÇÕES DE 15 SAPATEADORES BRASILEIROS SOBRE A CENA ATUAL
Juliana Garcia é sapateadora, professora, coreógrafa e diretora do Studio de Sapateado, que leva seu nome em Ribeirão Preto
Juliana Garcia
"Por estar envolvida com esta arte, acredito que esteja em desenvolvimento. A comunidade brasileira de sapateadores poderia, no entanto, ser maior. Dentro e fora do Brasil, a batalha é a mesma. Temos muito a conquistar para viver somente de dança."